Bodífera Ilha
3º V D3 E3
Modalidade: tradicional
Tipo de via: principal
Face: leste
Tipo de escalada predominante: agarras
Extensão: 1600 metros
Descrição: Esta é a via de conquista da Pedra Riscada, em Minas Gerais e é provavelmente a via mais longa do Brasil. Percorre o flanco leste da pedra, contornando a mesma até atingir o cume pela aresta norte.
A via começa por uma espécie de contraforte da Pedra Riscada, passa por costões e trechos de caminhada e continua em seguida pela pedra principal.
A caminhada de aproximação leva cerca de 30 minutos.
Abaixo, relato adaptado da escalada de Eliseu Frechou com Michel Abdelnur, em maio/2011:
A primeira enfiada é tranquila, III grau, com apenas uma chapeleta na metade dos 50m. A segunda enfiada é um pouco mais protegida, com dois grampos logo na saída e uma costura em árvore, depois um esticão de 30m em terreno fácil. A terceira enfiada é o crux psicológico do dia. É uma enfiada de IVsup com 60m, com uma costura em árvore logo na saída e depois sem nenhuma outra possibilidade de proteção. Mais um trecho de 35m até uma árvore e se finaliza a parte técnica. Dali pra frente, são cerca de 2 horas de caminhada até chegar-se ao local que normalmente é utilizado para bivaque.
A dica para quem vai fazer esta via é, sempre que possível, ir beirando a parte direita da montanha, evitando entrar na floresta que está na crista, pois o avanço na mata é lento, com urtigas, muitos espinhos e vegetação fechada. O empecilho de andar pela borda é que você estará perto dos abismos, então toda atenção é pouca.
Logo após a base da árvore, sobe-se em direção às arvorezinhas um pouco maiores à direita e logo o caminho vai estreitando e beirando uns blocos de pedra de 5 metros. Logo após estes blocos, busca-se um caminho para subir até a crista. Neste trecho da crista, os bodes que vivem na montanha – isso mesmo, bodes – mantém um pequeno caminho limpo. Seguindo a trilha dos bodes, chega-se ao trecho mais amplo da Riscada (parede principal).
A montanha parece uma colomba pascal, com "braços" para todos os lados. A via "Bodífera Ilha" começa por um destes braços, contornando a montanha em travessia até achar linhas mais naturais para ascender.
Chegando-se ao platô do bivaque, há cacimbas que costumam estar cheias de água. Logo após cruzar as cacimbas, o terreno é fácil. Após a passagem de uma canaleta, começa a ficar mais vertical e muitas vezes é necessário utilizar as mãos, mas, por mais de 200m, é possível seguir de botas de caminhada, e no terceiro grupo de árvores é que as sapatilhas são exigidas. A via vai seguindo em travessia e subindo aos poucos, alguns platôs com árvores servem como costura.
Depois do terceiro grupo de árvores após a canaleta, segue-se em direção ao platô seguinte, 70 metros à frente. Nesta enfiada há duas chapeletas. Mesmo levando cordas de 60 metros, é necessário parar na segunda chapeleta para que o companheiro suba até a primeira e lhe faça segurança, e se consiga ter corda suficiente para atingir o próximo platô.
Mais um trecho tranquilo de 50 metros e a sapatilha é necessária novamente. Faça a base numa árvore e suba em direção ao platô 80 metros acima. O primeiro grampo desta enfiada está a 30 metros da árvore. Depois, costura-se outro grampo e encontra-se a base. A enfiada seguinte é curta e sem proteção. Deste platô/cume gigante, que segue até onde terminam as vias da aresta ("Place of Hapiness" e "Aonde o Vento Faz a Curva") para o cume são mais um trepa-mato e mais uma enfiada e meia. Do alto destas duas enfiadas não se tem visual, pois o mato é fechado demais.
Fonte: http://eliseufrechou.com.br/pedrariscada/
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